13/08/2021
Qual a diferença entre o economista de ontem, em que grandes pensadores e filósofos eram prestigiados, e hoje, em que muitos são influencers, mas nem todos têm uma formação acadêmica?
Para entendermos melhor essas diferenças, cabe traçarmos uma breve análise histórica dos principais economistas do mundo. Entre os mais famosos, se destacam Adam Smith, Karl Marx, John Maynard Keynes, Joseph Schumpeter e Alfred Marshal. Apesar das particularidades de cada um, todos sempre focaram em observar os desafios econômicos mais importantes de sua época.
Adam Smith assistiu desde o princípio o surgimento da Revolução Industrial, verificando a motivação das pessoas e seu sustento econômico. Assim, Smith constatou que a economia se move pelo interesse privado dos indivíduos. Por essa razão, ele também pregava a não-intervenção do Estado na economia.
John Maynard Keynes, fundador da macroeconomia moderna, foi um contemporâneo do fim da Grande Depressão e foi o responsável por não haver outro evento tão devastador da mesma natureza. Foi em 1932, que economistas baseados nas teorias dele propuseram o New Deal, um plano econômico que abriu portas para que o Estado tivesse participação direta na economia nacional, implantando uma série de ações que conciliavam as questões econômicas e sociais.
Entre esses pensadores, assim como nos já citados acima, o que é comum é a avaliação do crescimento econômico e como a qualidade desse crescimento poderia interferir na sociedade. Isso garantiria a melhoria da vida e bem-estar de todos. Em poucas palavras: o foco sempre foi o ser humano. Se a economia vai mal, o ser humano vai mal e vice-versa.
Micro e Macroeconomia: qual a diferença afinal?
A macroeconomia analisa o cenário econômico com amplitude, relacionando a economia aos Estados, às economias nacionais e às relações econômicas internacionais. É comum ouvirmos falar de PIB (Produto Interno Bruto), inflação, juros, câmbio, balança comercial, entre tantos outros termos, quando o assunto é macroeconomia. São tantas as tendências, previsões e termos técnicos, que isso pode afastar o público que acha que economia se resume apenas a esse aspecto, apesar de o tema ser fundamental.
Já a microeconomia desenvolve estudos que podem influenciar a realidade mais próxima do público. A teoria do consumidor, por exemplo, tem por objetivo compreender o comportamento e as escolhas das pessoas na economia. A teoria de empresa, por sua vez, é focada nas corporações e na relação entre capital e trabalho. Já a teoria da produção analisa minuciosamente a evolução do processo produtivo. Fica claro que esse lado da economia é mais próximo do público, mais “palpável” por assim dizer.
Se os estudos macroeconômicos não conseguem alterar realidades, pois avaliam a saúde e o bem-estar econômico no seu aspecto mais amplo, o microeconômico trabalha ativamente com o sucesso e a sobrevivência dos negócios, colocando na prática as teorias de economia e finanças comportamentais, economia de inovação – economia criativa, psicologia do consumidor, entre outras novidades que sempre surgem no ramo.
Com tantos conceitos, o profissional de economia que entra agora para o mercado de trabalho vê-se diante de um impasse: inclinar-se para a micro ou macroeconomia? Afinal, existem dentro das instituições de ensino parâmetros que formam economistas com um perfil ou outro mais predominante. Entender os dois grandes mundos da economia é imprescindível. Mas estar atento às novidades para que a sociedade entenda cada vez mais a necessidade e a importância do economista, faz com que ele sobreviva a qualquer intempérie.
É necessário um grande esforço coletivo para que a imagem do economista não se prenda exclusivamente ao cenário político. Afinal, esse profissional também contribui de forma decisiva para a economia local e até mesmo para pessoas físicas. Exemplo disso é o Personal Economy, que é um especialista que ajuda a vida financeira das pessoas. Outro ponto importante é destacarmos a importância do conhecimento acadêmico, para que informações equivocadas não ganhem proporções e tragam prejuízos à imagem do economista, que já está tão fragilizada.
Em suma, o economista, com sua versatilidade, pode atuar em várias frentes e assumir várias responsabilidades. O que mudou, desde o seu início até os dias hoje, pode contribuir para que o seu papel seja ainda mais consolidado e estreito com a sociedade, mesmo que haja um longo caminho para que a sua importância seja compreendida por todos. Com um mercado de trabalho mais favorável para a área, as empresas e posteriormente as pessoas perceberão o quanto essa função pode contribuir não só com a economia, mas também para o social.
Claudio Shimoyama, 2021.
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