23/08/2021
Enquanto os endividados crescem, os números revelam queda dos inadimplentes no Estado
Na contramão dos dados nacionais, o número de endividados voltou a crescer no Paraná, de acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, elaborada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR).
A média nacional no mês de julho ficou em 71,4%, enquanto os paranaenses somaram 91,1%, o maior patamar desde agosto de 2013, quando 93,5% dos paranaenses possuíam algum tipo de dívida. Em junho, a média do Estado ficou em 90,6%, acendendo um alerta para o uso do crédito.
Tipo de dívida
O uso do cartão de crédito se intensificou no mês de julho, ao passar de 66,7% em junho para 69,5%. Observa-se que esse é um recurso para obtenção de crédito mais utilizado pelas classes A e B, com 79,2%, ante 67,4% nas classes C, D e E. Outros motivos que levam os paranaenses a se endividarem são o financiamento de veículo, com 15,0%, e o financiamento de casa, com 8,5%.
Endividamento x Inadimplência
Embora pareçam termos similares, endividamento é diferente de inadimplência. Quando não se consegue honrar um compromisso financeiro, seja ele qual for, então há inadimplência, porque há contas em atraso. Já a dívida pode ser algo saudável e previsível. É o caso, por exemplo, do financiamento imobiliário e de automóvel, ou mesmo do crédito estudantil. Poucas pessoas têm o valor total para comprar um imóvel à vista e, por isso, o crédito é o caminho mais comum. O problema surge quando esse endividamento sai do controle.
Por isso sugiro o uso inteligente do cartão de crédito. Não pague apenas a parcela mínima. Caso não consiga pagar a parcela total, procure outra linha de crédito que não ultrapasse 2,5% ao mês. Outro erro é o uso do cheque especial. Assim, como no cartão de crédito, os seus juros são muito altos, e a dívida começa a crescer rapidamente. Para quitá-las, recorre-se, sem pensar, em um empréstimo. É preciso não dar margem a esse efeito de bola de neve e atentar-se a todos os gastos mensais. Com planilhas e aplicativos é mais fácil fazer esse controle e evitar imprevistos.
Apesar de os dados do Paraná assustarem, o percentual de famílias com contas em atraso caiu de 25,0% em junho para 23,7% no mês passado, e aquelas que não terão condições de quitar seus débitos baixaram de 9,7% para 8,7%.
A melhora nas condições de pagamento nas dívidas demonstra uma ampliação na capacidade de pagamento de todas as classes econômicas. Neste cenário, temos uma sinalização de que o crescimento do endividamento das famílias de menor renda está relacionado à retomada de seu padrão de consumo e a compras parceladas.
Claudio Shimoyama, com informações da Fecomércio PR
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